segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

NA SOMBRA DE UM INGAZEIRO


O sol do meio dia arde no meu corpo,mesmo coberto de pano,o chapéude abas largas não sombreia mais o meu rosto,nesta lida desde as 6 damanhã,as mãos já estão modeladas ao cabo da enchadeta e a coluna envergada pela posição contínua,já fizeram das dores,companheiras.Os olhos direcionados ao talho no chão duro e a mira do mato que será arrancado pelo corte da lamina amolada.O abdominal esguio,é o exercício contínuo e muito suor queimado.As botinas de couro rústico,com alguns fragmentos de areia machuca osmeus pés. A boca seca,deixa meus lábios ressecados.Acho,que esta na hora de uma pausa. Na ampla sombra do ingazeiro,estáminha cabaça com água, juntei a ela, minha cuia enrolada a um pano e dentro, minha farofa de carne seca.Enquanto o sol esfria,alimento o meu corpo cansado e garanto o dia da minha lida,para sustentar minha família.O sertão continua,a lida é dura,mais a noite é linda com o luar...(Kadu Vaqueiro)

Um comentário:

Anônimo disse...

Pensei que só eu conhecia um pé de ingá......que saudades da infância nos rec antos de Torres ,no morro da pedra branca em Guananazes...