domingo, 3 de fevereiro de 2008

DA CAATINGA PARA A CIDADE


O vento quente trás ao meu rosto o perfume do murici.É meio dia, nas grandes árvores sombrias, os pássaros descansamdescendo nas trilhas de chão batido,chego ao rio Paraguaçu entre aspedras e gravetos,calangos se abrigam com medo, rolinhas e osbem-te-vis, disputam seus ninhos nos mandacarus.Antes de banhar-me,observo o silêncio deste paraíso.No ruído das pequenas cachoeiras, a sinfonia dos pássaros fazem oshow da vida,onde o expectador sou eu.Alguns minutos de silêncio,sozinho,dou alguns passos,minhas narinasinalam a mistura das flores de verão.Encantado,no êxtase da felicidade, olho para o céu, nesta emoçãoagradeço Deus,pela maravilha da vida.Hoje não moro no meu sertão mas,as poucas horas passadas aquienchem-me de energia,de fluidos que saem do fundo da caatinga.Banhado pelas águas do Paraguaçu,perfumado pelas flores,encantadopela magia sertaneja,enfeitiçado pela lua vivo lá na cidade, mas deixominhas raízes plantadas aqui.(Kadu Vaqueiro)

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